Sabe
aquela leitura que você se joga apenas pela capa e se apaixona? Essa
sou eu lendo Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do
Universo. Achei a capa linda e
o título deu margens a imaginação. Acho que nem sequer li a
sinopse (não me lembro, pelo menos). Foi uma incrível e desejada
surpresa descobrir o universo com os personagens. E posso dizer, não
me arrependi dessa decisão. Porém, se estiver muito curioso para
saber um pouco mais de Aristóteles e Dante, é só seguir nessa
leitura…
A
história se passa no final da década de 1980. Aristóteles Mendonza
é o filho mais novo de uma família de seis. Não gosta de ter
amigos e odeia todos os segredos de sua família. Desde o fato de
nunca falarem de seu irmão preso, ao
silêncio de seu pai sobre a Guerra. Tudo parece incomodá-lo. Sua
idade, pessoas, seu corpo e outras infinitas coisas. Isso até
conhecer Dante Quintana, um
garoto sensível e, aparentemente, o oposto de Aristóteles. E
ali, aos 15 anos, eles
começam a entender o que seria uma verdadeira amizade. Uma amizade
que pode levar a novas situações e até mesmo a novos sentimentos.
“(...) eu sempre tinha a
sensação de não pertencer a lugar nenhum. Não pertencia sequer ao
meu próprio corpo...”
Benjamin Alire Sáenz,
fez um ótimo trabalho usando Aristóteles para narrar o livro. E
consequentemente, fez um ótimo trabalho mostrando a forma que
Aristóteles via Dante. Sendo filhos de mexicanos, a família também
é muito bem explorada no enredo. Não sendo apenas “os
responsáveis” dos dois, ou
meros personagens secundários. O autor apresenta personagens que
são
tão
importantes nessa descoberta
do universo
quanto os dois jovens.
Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo é
uma história onde a sensibilidade e os sentimentos se chocam com o
ódio e a dura realidade do dia a dia. Um livro que mostra que
garotos e homens também
podem chorar, assim como amar. Mesmo
que por vezes o amor seja imperceptível, ele ainda pode estar
presente. Ainda que guardado a sete chaves.
“E odiava a mim mesmo por
odiá-los. Aí estava: meu próprio círculo vicioso. Meu universo
particular de ódio.”
Boa leitura.
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