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Eleanor & Park

Sabe quando um livro é tão bom que você nem sabe o que falar dele? Quando tem tantas coisas positivas que parece que vai contar cada palavra que tem no livro? É exatamente assim que me sinto com Eleanor & Park. E eu nem esperava gostar do livro. Comecei a ler apenas para passar o tempo e acabou sendo um dos melhores livros que li no ano.

Eleanor & Park é engraçado, triste, sarcástico, sincero e, acima de tudo, geek. Os personagens que dão título ao livro são dois jovens vizinhos de dezesseis anos. Park, descendente de coreanos e apaixonado por música e quadrinhos, não chega exatamente a ser popular, mas consegue não ser incomodado pelos colegas de escola. Eleanor, ruiva, sempre vestida com roupas estranhas e “grande” (ela pensa em si própria como gorda), é a filha mais velha de uma problemática família. Os dois se encontram no ônibus escolar todos os dias. Apesar de uma certa relutância no início, começam a conversar, enquanto dividem os quadrinhos de X-Men e Watchmen. E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo.

Eleanor acaba de voltar para casa com sua mãe, seus irmãos e seu padrasto. Apesar de odiar a ideia de ficar perto de seu padrasto, ficar com sua família é de grande valor para ela, portanto aturar qualquer atitude dele era o minimo que poderia fazer para permanecerem unidos. Nova no bairro, na escola e - quem sabe o pior de todos - nova no ônibus escolar, Eleanor pretende apenas não chamar atenção. Coisa que nunca aconteceria com uma garota como Eleanor.

Já Park morou toda sua vida naquele local. Conhece os alunos desde sempre. E pode até dizer que chega a ser um tanto popular. Pelo menos o minimo para o deixarem na dele. Gostava de ficar sozinho. Isso até a novata ter que sentar ao seu lado no ônibus.

Uma das primeiras situações que me fizeram amar o livro foi esse primeiro contato entre os dois no ônibus. Nenhuma gentileza. Nenhuma amizade. Na verdade, tem quase uma tensão de ódio no ar. Aquela primeira impressão que dizem ser importante, mas que no fundo sabemos que não vale de quase nada. E então vem o como se tornaram amigos. Lendo quadrinhos, escutando música e isso quase sem trocarem palavras. Mesmo sem saberem, os dois já tinham uma conexão melhor que com os familiares.

É fácil se identificar com certos medos do casal. De como agir, quando, até onde poderiam ir. Situações de um jovem casal. Isso intensificado pelas fortes emoções que Eleanor passava em casa e que não conseguia compartilhar tudo com Park. A situação dificultava um pouco mais já que os demais alunos ainda viam o jeito de Eleanor como uma verdadeira aberração. O livro também trata das inseguranças pessoais - tanto o feminino, quanto o masculino - que nos aproxima ainda mais da história dos dois.

Preciso dizer que quando vi a foto de Rainbow Rowell, senti um pouco da Eleanor nela. Até torci para que o marido dela fosse um Park rs. Antes mesmo de chegar na metade do livro já estava encantada com sua forma de escrever e de pensar. As sensações que ela descreve eram tão bem demonstradas que já queria começar outro livro dela (o que acabei fazendo mesmo). Dessa vez, não tenho como recomendar apenas o livro, mas recomendar também a conhecerem mais e mais da autora.

Eleanor & Park me fez apaixonar a cada capítulo. Foi um livro que me fez rir e ao mesmo tempo sentir um forte aperto no peito. Cheguei no final querendo umas dez continuações dessa linda história. Porém, também pensando em como aquele final era perfeito. Do jeitinho de Eleanor e Park. E de Park e Eleanor.

Boa leitura!!!


O Clã dos Magos - A Trilogia do Mago Negro

O que falar desse livro que demorei tanto para ler, mas que conseguiu me conquistar aos poucos? Coloco um pouco da culpa da demora na falta tempo e no meu incrível poder de passar mal lendo em ônibus. Apesar do livro não ter me inspirado muito no início, aos poucos fui me sentindo inserida naquele universo de Trudi Canavan. No final, acabei arrependida por não ter terminado o livro antes.


Todos os anos, os magos de Imardin reúnem-se para purificar as ruas da cidade dos pedintes, criminosos e vagabundos. Mestres das disciplinas de magia, sabem que ninguém pode opor-se a eles. No entanto, seu escudo protetor não é tão impenetrável quanto acreditam.
Enquanto a multidão é expurgada da cidade, uma jovem garota de rua, furiosa com o tratamento dispensando pelas autoridades a sua família e amigos, atira uma pedra ao escudo protetor, colocando nisso toda a raiva que sente. Para o espanto de todos que testemunham a ação, a pedra atravessa sem dificuldades a barreira e deixa um dos mágicos inconsciente.
Trata-se de um ato inconcebível, e o maior medo do Clã de repente se concretiza: uma maga tão treinada está à solta pelas ruas. Ela deve ser encontrada, e rápido, antes que seus poderes fiquem fora de controle e destruam a todos.
 Sinopse retirada do próprio livro

Em O Clã dos Magos, somos inicialmente apresentados a magos que usam seus poderes para seu próprio bem e para o bem da nobreza. Mesmo cuidando da cidade, os moradores de Imardin não acreditam nos magos como seus salvadores. E Sonea não foge ao caso. Porém, nunca imaginaria que poderia ser como eles. Da mesma forma que nunca pensou que seria procurada por todo o clã.

Sonea é mais uma jovem que odeia o Clã com todas suas forças. Após jogar uma pedra na direção dos magos, pensando em como seria reconfortante se aquela pedra atravessasse o escudo protetor, a ultima coisa que ela esperava seria a pedra atravessar a barreira. Batendo em um dos magos que claramente não desejava o bem de nenhum dos cidadãos (e talvez nem da própria Irmandade). Assim, Sonea se refugia nas favelas, com ajuda de seus amigos. Especialmente de Cery, que nutre fortes sentimentos pela garota, e promete mantê-la viva. Nem que isso acabe com a própria vida.

Enquanto a jovem se desespera para se manter longe do Clã, os mesmos correm em uma busca contra o tempo para encontrá-la. Com a possibilidade de ser uma maga, é necessário que ela comece o treinamento de como cuidar dos seus poderes antes que acabe se descontrolando e matando todos ao seu redor.

Como já disse no início da resenha, foi uma leitura difícil no começo. Não fluía da forma que imaginava. Talvez por não ser um momento para o tipo da leitura ou simplesmente pelo enredo um pouco lento até chegar na segunda parte.

É interessante como a autora cria um mistério maior (que possivelmente será resolvido no final da trilogia) e um menor que se resolve no final desse livro, porém que deve se estender mais, de outras formas, no decorrer dos livros. Trudi Canavan, tem todo um cuidado em explicar os mínimos detalhes para que nada fique com pontas soltas. No final do livro, ainda tem um guia de gírias das favelas, um glossário e plantas do reino. E apesar do livro ser grande, ele é super leve. Parece que as páginas nem ficam colando uma na outra (quem carrega mochila pesada sabe como isso é divino!).

Mesmo com a demora para ler o primeiro, estou ansiosa para ler a continuação. Já está na meta para 2015. Espero que gostem e deixem suas impressões. 

Boa leitura!

Esposa 22

Depois de uma bela ressaca literária, falta de tempo e muuuito trabalho na faculdade, precisei de uma leitura mais leve e que me fizesse rir. E dos vários livros (quase abandonados) que tinha na minha estante, Esposa 22 parecia ser a opção ideal. E posso admitir que o livro não me deixou decepcionada.

Após quase 20 anos casada, Alice Buckle percebe que seu casamento – e sua vida – não está da forma como esperava. Para os amigos e conhecidos, os dois eram perfeitos. William em um trabalho bem-sucedido. Ela é uma ótima professora de teatro. E dois filhos lindos. Além de um belo e agitado cachorro. Porém, a verdade não é nada como imaginam.

Tudo muda após uma pesquisa na internet sobre casamento infeliz. Alice recebe uma proposta de realizar uma pesquisa sobre casamentos com o Pesquisador 101. Transformando-a na Esposa 22. Entretanto, o anonimato dos nomes não impedirá de que as trocas de mensagens não se torne algo a mais.

Melanie Gideon, não soube fazer apenas uma história engraçada com personagens carismáticos. No final de tudo (literalmente) ainda tem todo o questionário feito pelo Pesquisador 101. Já que no decorrer do livro, apenas é narrado as respostas dos questionários.

É interessante a forma como as redes sociais são retratadas. Como, por vezes, só descobrimos coisas sobre nossa própria família e amigos através das redes. E até como esse uso pode acabar nos distanciando - e até nos aproximando dependendo da situação. 

Adorei conhecer a Alice Buckle e como a vida dela foi mudando a cada resposta e lembrança do passado. A forma como a vida dos personagens secundários também são desenvolvidas no enredo é incrível, já que não nos prende apenas ao “drama familiar” ou ao “drama de Alice”. Até mesmo como o livro é organizado (e-mails, mensagens, narrativa e diálogo), parece transformar a leitura em algo mais leve e divertido para ler.

Portanto, se quiser aproveitar o verão com uma leitura leve e divertida, Esposa 22 é uma opção mais que certeira. Uma comédia tão moderna quanto os dias atuais.




Boa leitura!

HoHoHo!!!