14 de junho de 1941. Uma data que Lina Vilkas jamais esqueceria. Nem ela, nem uma grande parte da população dos países bálticos, que foram obrigados a saírem de seus lares graças a Stalin.
Lina vivia uma adolescência praticamente perfeita. Era amada por seus pais e por seu irmão, Jonas. Sua prima e melhor amiga, Joana, estava realizando seu sonho de fazer medicina. E tinha as obras de Munch, seu pinto favorito, para poder admirar. Ela só não esperava que a enorme bolha de proteção que a cercava estava prestes a estourar. No meio da noite, uma equipe da NKVD (polícia secreta soviética) bate a porta da família Vilkas. Eles teriam apenas 20 minutos para arrumar seus pertences. E é assim que "começa" a história de A Vida Em Tons de Cinza.
Após partirem em uma viagem sem destino, em um vagão lotado, com mais de quarenta pessoas que estão sendo tidas como "Ladrões e Prostitutas". Crianças, idosos, mães de família. Todos preocupados com o que iria acontecer. Preocupados se seus maridos ainda estariam vivos. E para Lina, uma dúvida que não saia de sua cabeça: "Por qual motivo estariam ali?".
Ruta Sepetys soube criar uma história emocionante. Com fatos que realmente aconteceram com diversas pessoas no passado. Que muitos ainda acreditam que não foi real. De um lado estava Stalin querendo exterminar os cidadãos da Letônia, Lituânia e da Estônia. E do outro lado Hitler. Que aparentava ser a esperança para alguns, porém iniciava um extermínio ainda maior. Ambos para "exclamar" seu nacionalismo.
No livro, convivemos com personagens fortes e marcantes. São pessoas verdadeiras. Com personalidades diferentes. Mas que estão vivendo uma mesma situação. Podemos observar todos as emoções à flor da pele. Egoísmo, raiva, pena, tristeza, amor, amizade. Tudo crescendo de uma forma descomunal. Todos tendo que amadurecer independente da idade.
A Vida Em Tons de Cinza é o tipo de livro para começar a ler e não quer mais desgrudar. É o tipo de livro que te faz torcer por muitos personagens, porém odiar outros. É um livro que te faz indagar. E até mesmo chorar pela crueldade que muitos foram submetidas no passado. É apaixonante! Com certeza entrou nos meus favoritos.
"No auge do inverno, finalmente percebi que dentro de mim havia um verão invencível." - Albert Camus
Boa leitura!